A Umbanda está em nós desde que acordamos, até quando deitamos.
Oxum nos abraça e canta pra nós dormirmos.
Ogum nos segue, nos acompanha, aponta o caminho. Oxóssi nos faz fortaleza de sentimentos bons, abundância de espírito.
Iansã nos faz voar, com seu vento sagrado nos afasta de tudo que nos trava.
Xangô nos faz rocha pra suportar as intempéries do tempo e nos dá sua divina misericórdia.
Iemanjá, das pedras jogadas faz areia pra não machucar.
Dos Pretos Velhos nós temos o colo de Vô, de Vó, mironga andar com fé, ela não costuma falhar. Do Povo Cigano a alegria.
Do Povo do Oriente a cura das feridas da alma.
Do Exú, tão difamado e pouco conhecido em sua essência, nós temos um amigo, fiel guardião.
Das crianças, temos o ensinamento do amor incondicional, da sua pureza.
Oxalá a visão, o manto de Pai, a fé em Zambi.
E quando apontam o dedo e falam que umbandista não anda só, não podemos discordar.
Não andamos só, não somos só.
Nossas guias, correntes em nossos pescoços, são infinitas, com o circulo sagrado para nos mostrar que somos a continuidade de algo maior, que suportaremos, que lutaremos.
Que ensinaremos um a um a nossa verdadeira face.
E seremos sempre umbandistas.
Por que o axé que existe em mim, saúda o axé, oculto ou não, que existe em você.
E um dia a ignorância por falta de conhecimento será apenas uma lembrança e o mundo poderá viver apenas uma religião, aquela que fala do amor.
E isso bastará.